Dica aos pais

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008 ·

Tv e computador – você é o filtro

Vivemos sob um furacão de informações e seu filho está bem no olho dele. São desenhos, notícias, sites, games e programas convivendo com o pequeno diariamente. E há os amigos falando sobre as novidades tecnológicas, brinquedos e uma infinidade de produtos com os personagens que ele já adora. Ufa! É possível dar conta de tanto conteúdo? Saiba aqui como usar tudo Isso a favor do seu filho!

Basta passar na TV para os pequenos decorarem tudo. Aplicam frases de publicidade como ninguém. E bordões de novelas, então? O aparelho é quase uma pessoa a mais dentro de casa. E está mais que presente: uma pesquisa feita pelo canal Nickelodeon relata que 88% das crianças brasileiras se divertem assistindo à televisão. A telinha é preferência nacional e estimula o uso de outro meio de comunicação: o computador.

Televisão e computador são aparelhos eletrodomésticos que precisam ter uma espécie de 'manual do usuário' que vá além do apertar de botões. Por mais que você e os dois sejam velhos conhecidos, há uma pergunta a ser feita: como seu filho lida com eles? São tantos canais, programas, um bombardeio constante de informações e notícias. É MSN, Orkut, blogs, MP3, e-mail... Às vezes até parece que seu pequeno entende melhor dele do que você. Mas só parece: a criança não tem maturidade suficiente para usá-lo sem supervisão. 'Informação não é a mesma coisa que sabedoria, e sabedoria não significa competência', diz Lídia Arantangy, psicoterapeuta de casais e família.

Você já deve ter ouvido que as crianças de hoje são mais espertas do as de antigamente. Sim, são bem estimuladas, afinal estão expostas a todo tipo de informação. E esse estímulo começa cedo. Ainda bem pequeno, seu filho assiste à TV, ignorando todo o alarde da Academia Americana de Pediatria, que desaconselha a atividade para menores de 2 anos. A gente sabe que, na prática, nem todas as regras são fáceis de serem seguidas, mas, se você não cuidar desde o início, pode deixar os meios de comunicação tomarem seu lugar como modelo da criança. E não é terrorismo. Veja aqui como incluir - ou excluir - esses tão atrativos aparelhos na rotina do seu filho. Sem medo, sem traumas e, principalmente, sem culpa.

Sintonizando o problema
É só apertar o botão do controle remoto ou do teclado para seu filho mergulhar de cabeça no entretenimento da TV e do computador. Segundo um estudo orientado por Jerome e Dorothy Singer, psicólogos americanos da Universidade de Yale, 82% das mães brasileiras afirmam que assistir à TV é a atividade mais comum de seus filhos. Uma pesquisa do Ministério das Comunicações revela que somos o décimo país com maior número de pessoas conectadas à internet, sendo que a maioria dos usuários são crianças e adolescentes.

O computador e a televisão são eletrodomésticos. Da mesma forma que você aconselha seu filho a não deixar a geladeira aberta ou a tomar cuidado com a temperatura do forno, deve ensiná-lo a utilizar esses aparelhos com inteligência. É claro que trata-se de uma relação mais complexa: eles envolvem diversão, emoção, preferências e conhecimento. 'Quando bem usados, são capazes de melhorar a sociabilidade, ampliar horizontes e provocar a reflexão', afirma Claudemir Edson Viana, pesquisador e gestor do Laboratório de Pesquisas sobre Infância, Imaginário e Comunicação (Lapic) da USP, coordenador técnico do portal educativo EducaRede e diretor da Faculdade Montessori, em São Paulo. E como fazer bom uso deles? Equilibrando dois componentes básicos na rotina: conteúdo e tempo de exposição.

Curta-metragem
É uma questão bem matemática. 'Uma criança que passa muito tempo em frente à tela deixa de fazer outras atividades necessárias ao seu desenvolvimento', afirma a psicóloga da Unicamp Ester Cecília Fernandes Baptistella. José Paulo Ferreira, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, assina embaixo. 'O limite para uma criança maior de 2 anos usar o computador, o videogame e a televisão é de duas horas diárias, de preferência intercaladas com outras atividades, pois alivia o estresse físico e mental.' Se você não segue essa regra, saiba que não está sozinho. Segundo uma pesquisa realizada pela Eurodata TV Worldwide, a criança brasileira é a que mais vê TV no mundo, com uma média diária de três horas e 31 minutos por dia. 'A criança pode transformar a mídia na sua principal referência - papel que deve ser desempenhado pelos pais', diz o pesquisador Claudemir. Trocando em miúdos, a TV vira bicho-papão quando você deixa os personagens se tornarem modelos para o seu filho. E o mesmo vale para aquele DVD que não pára de rodar no aparelho. Assisti-lo diversas vezes é importante para a criança entender melhor a trama, mas, ainda que você tenha certeza de que o conteúdo é bacana, ela deve se distrair com outras atividades.

E, você, o que faz?
Antes de virar a rotina da criança de cabeça para baixo e esconder o controle remoto, pense em como você influencia a relação dela com os meios de comunicação. Ao chegar em casa, corre para checar os e-mails? Olhe ao redor da sua sala. Em que lugar está a TV? Mesmo que você não pare para assistir, o fato de deixá-la ligada cria familiaridade, praticamente a personifica, lhe dá vida própria. Mas você a-do-ra passar horas vendo seus programas favoritos? Para os especialistas, o ideal é que criança pequena nem deva estar ali (ou porque é tarde para estar acordada ou por causa do conteúdo impróprio). 'Quem decide a programação é você, ainda que precise abrir mão da novela', afirma a psicanalista Mary Lise Moysés Silveira, chefe do setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da Unifesp.

No caso das maiores, há um conselho de Bia Rosemberg, diretora de programas infantis da TV Cultura, que está para lançar um livro com dicas para os pais tirarem o melhor proveito da televisão, pela editora Panda Books. 'O ideal é explicar para a criança os temas que são abordados no seu programa. Ou seja, se aparecer uma cena de apelo sexual, ajude-a a interpretar o contexto.' Ainda assim, cenas violentas devem ser evitadas. 'Uma criança que vê CSI, seriado que investiga crimes, fica impressionada com a aparência das coisas, como o sangue, expressões etc', diz Lisa Guernsey, jornalista e autora do livro Into the minds of Babes - How ScreenTime Affects Children From Birth to Age Five (algo como Por Dentro da Mente dos Bebês - Como a TV Afeta Crianças de 0 a 5 Anos - veja entrevista).

No caso da novela, as opiniões são extremas: existem especialistas totalmente contra e outros a favor, em partes. 'Se existir a mediação do adulto, ou seja, se ele estiver presente para conversar sobre os assuntos da novela, ela pode ser uma ótima oportunidade para apresentar o mundo e discutir valores', afirma Cláudio Márcio Magalhães, pesquisador, jornalista e autor do livro Os Programas Infantis da TV - Teoria e Prática para Entender a Televisão Feita para as Crianças (Ed. Autêntica). Os pais que não estiverem prontos ou dispostos a dialogar sobre o tema devem mudar de canal. 'Não precisa ter medo de ser taxado de conservador. Ainda que a criança se queixe, ela espera que você tome conta dela. O que não pode acontecer é a censura. Antes de proibir, exponha seus motivos com uma conversa franca', diz Marcos Cezar de Freitas, professor de Pedagogia da Unifesp e coordenador do Grupo de Pesquisa e Estudos sobre a História da Educação. Não use como desculpa a crença de que seu filho assiste a canais impróprios para a idade dele porque gosta. 'Criança curte programa de criança, não jornal, novelas e seriados. Tanto é que os canais de maior audiência na TV a cabo são os infantis', afirma Cláudio Márcio.

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